O treinar e o viés otimista | Um resgate do bate-papo com Maria Rossi sobre a segurança alimentar

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O treinar e o viés otimista | Um resgate do bate-papo com Maria Rossi sobre a segurança alimentar
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Se você nos acompanha nas redes sociais deve ter participado ou ao menos sido alertado sobre a nossa live com Maria Rossi, nutricionista e Mestre em Ciências Interdisciplinar da Saúde pela UNIFESP (IG: @maria_rossi_nutri).

Acontece que a Maria foi uma de nossas convidadas em uma série de lives que a Onexo se predispôs a realizar durante o período de isolamento social, agravado pela pandemia de COVID-19. Aproveitamos a ocasião para falar sobre segurança alimentar, atribuindo maiores destaques para o treinar e o viés otimista.

O vídeo completo você encontra aqui, junto de outras lives gravadas no mês de agosto.

 

Sobre o viés otimista

Sabe do que se trata esse viés otimista? Bom, esse foi o tema trabalhado por Maria em sua pesquisa de mestrado e diz respeito a uma tendência que os indivíduos têm de superestimarem a probabilidade de vivenciarem a ocorrência de eventos positivos futuros ao passo que subestimam a possibilidade de ocorrências de eventos negativos.

Interessante, certo? Imagine então aplicar este mesmo conceito dentro de um ambiente como os restaurantes corporativos. Que tipo de dados conseguiríamos extrair disso?

Bom, para esse caso Maria descreve o viés otimista como sendo “aquela sensação de que não estamos suscetíveis a eventos ruins”. De acordo com nossa convidada, para os manipuladores de alimentos esses eventos podem ocorrer com outras pessoas, em outras cozinhas, mas não necessariamente com eles.

Na pesquisa estruturada por ela foram analisados 200 manipuladores de alimentos, ou seja, profissionais que possuem contato direto com os alimentos e/ou com os equipamentos e utensílios utilizados durante o preparo e distribuição de alimentos. 95% eram treinados. Desse total, apenas 67% possuíam conhecimento sobre as boas práticas ligadas aos serviços de alimentação.

Espantamo-nos, então, ao descobrir que 52% dos entrevistados participavam de constantes treinamentos envolvendo técnicas de segurança alimentar, higiene e conservação de alimentos. Maria nos explica que a razão para a falta de conhecimento não se dá pela falta de treinamento, mas pela forma como são conduzidos estes treinamentos. Se não há um monitoramento da conduta desses manipuladores após o treinamento, dificilmente sairemos da estaca zero.

Ah! A título de registro, convém destacar que a mesma amostragem atuava na área de alimentação coletiva institucional.

 

A experiência como coordenadora acadêmica

Rossi fala com propriedade, uma vez que já atuou como gestora de unidades de serviços da alimentação. Dessa experiência ela tira um de seus maiores aprendizados enquanto profissional: lidar com a gestão de pessoas é um desafio imenso. Foi atuando como gestora que ela percebeu o quão difícil é fazer com que os treinamentos com a equipe surtam algum efeito.

Nossa convidada faz um contraponto com a sua experiência nas salas de aula quando menciona um modelo de ensino que coloca o aluno como sujeito ativo. A nova dinâmica de aprendizagem confere maior autonomia aos alunos de ensino superior para que estes busquem compreender parte do conteúdo antes de atenderem às aulas, a fim de que as conversas se tornem mais dinâmicas e os exercícios práticos possam ser aplicados brevemente. O professor acaba atuando como um mediador e fica responsável por “contextualizar o conhecimento na prática da realidade profissional”, como pontuado por Maria na live.

 

Principais conclusões 

Podemos concluir, então, que o treinamento é essencial. Contudo, é a experiência prática somada aos hábitos de monitoramento que vão nos fazer virar o jogo. Precisamos gerar nesses profissionais uma maior consciência sobre a importância dos conhecimentos que lhes são transmitidos, aumentando a percepção que estes têm a respeito dos riscos atribuídos ao mau exercício da profissão. “O manipulador tem que entender que existe uma consequência negativa caso ela não cumpra as regras, neste caso uma dessas consequências seria as ocorrências das DTA’s”, conclui Maria Rossi.

Obs.: As DTA’s dizem respeito às doenças transmitidas por alimentos, geralmente causadas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados por micro-organismos patogênicos.

 

| Veja também: A vida e as práticas de consumo pós-pandemia serão diferentes?

 

A respeito dos hábitos de monitoramento, Rossi ainda faz alusão a Onexo: “A unidade que eu gerenciava fornecia mais de mil refeições por dia e funcionava vinte e quatro horas, de domingo a domingo. Se houvesse esse tipo de tecnologia na época com certeza teria ajudado muito na nossa rotina. Sem falar que, além da questão da manipulação do papel, teríamos de forma rápida a análise de indicadores de qualidade”.

 

Além da pauta

Em dado momento da conversa, Maria também aborda a questão do apoio social e, baseada em sua pesquisa, conclui que uma chefia mais participativa e otimista gera resultados positivos no desempenho de toda a equipe, diminuindo a incidência de faltas por parte dos colaboradores. Abaixo deixamos dispostas uma série de perguntas formuladas por Maria que devem servir como um diagnóstico para identificar como anda o clima organizacional. Confira:       

  • Será que a equipe está alinhada com os objetivos da empresa?
  • Será que o manipulador compreende que ele é o protagonista do processo de produção de refeição?
  • Será que eu estou dando a devida atenção para meus colaboradores, tendo uma escuta ativa?
  • Será que quando falta um funcionário eu me preocupo em remanejar a rotina para que todos cumpram suas funções e preencham todas as planilhas no tempo correto?
  • Será que eu estou fornecendo todos os insumos necessários para que o manipulador faça os procedimentos de forma correta?
  • Será que meu funcionário gosta fazer parte dessa equipe?

Naturalmente, após responder todas as perguntas cabe ao gestor(a) elaborar um plano de ação a fim de corrigir cada uma das falhas identificadas.

 


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